08/08/2014

Tome posse daquilo que você merece, o melhor.

"Precisamos parar com os mesmos itinerários, deixando de ser vítima e relembrando o que corrói. Um pouco de impulso somado a pequenas doses de respeito e sinceridade. Nada deve nos prender ao  "passado" e as pessoas não vão mudar. Continuar engolindo sapos e acreditando em mudanças que não ocorrerão é assinar contrato de idiotice, curto e grosso. Para certos casos, o tempo trabalha a nosso favor para que um dia seja possível a paz,  sem ódio ou rancor, apenas compreensão.

Não deseje nada. Feche essa página. Guarde esse livro. Comece outro e não use as referências bibliográficas do anterior. Faça do dia de hoje uma nova história. Para isso você vai precisar de um pouco de coragem. Não precisa ser muito.

Também não pense no medo, em nada que sugira recuo. A vulnerabilidade é um perigo, uma pedra no sapato. A solidão não é um bicho de sete cabeças, e sim uma oportunidade para que você se conheça.

Dê-se ao luxo de fazer isso, apaixonar se por si. Cuidar do seu jardim, esperar suas flores favoritas crescerem. Adornar os canteiros. Tão logo os pássaros verdes estarão cantando todo amanhecer. E em cada um deles você vai desfrutar das horas como se fossem suas últimas porque podem ser. Se forem, que o saldo seja rendoso. Que você possa deixar como memória todas as suas lutas vencidas não porque você derrubou oponentes, mas porque enfrentou a si mesmo e as piores dificuldades.

Você ergueu a cabeça, não teve dó de você e tudo suportou. Mas resistir é o antônimo de submissão. Anular suas crenças para se amoldar ao mundo também é uma tolice. Nem lá, nem cá. Portanto não insista no que já não serve mais. Tome posse daquilo que você merece, o melhor, e aos poucos esse padrão de pensamento se impregnará no seu subconsciente, fazendo com que você se sinta bem ao ponto de poder passar esses humildes ensinamentos a mais alguém que esteja precisando deles. 

A etapa mais difícil da mudança é quando há a resistência dentro de você e o medo do incerto. Mas pode acreditar que triste mesmo é não mudar porque não quer, porque acha que vai ser terrível. Não, não vai."


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Texto de Mary Princess com minha adaptação.

11/03/2014

Muitos esperam da Umbanda um comprimido para a dor de cabeça.

"O pilar da Umbanda que considero verdadeira, amor e sabedoria, é dar ao homem uma norma de vida, um roteiro mais do que seguro para pensar e agir, de maneira que este possa atingir a plenitude na sua evolução e alcançar assim uma vida feliz.

Todas as religiões procuram atingir este objetivo, de norma ética de vida. Mas estas normas que elas propiciam aos seus adeptos tem que ser criadas e aceitas cegamente como dogmas imutáveis. Já a Umbanda, convergente e flexível, leva a pensar, faz com que seus adeptos a compreendam de forma racional, por sua própria experiência. Não exige fé teológica, mas prepara o caminho para o encontro supremo com a sabedoria.

O Umbandista deve transpor o limiar do Santuário e entrar em contato direto com o mundo invisível, o seu Eu superior ou Self, que rege todos os mundos visíveis e, sobretudo, a vida humana. Sendo que este mundo invisível é o único mundo plenamente real, segue-se que só o homem que se realiza a si mesmo pelo despertar do seu Self é que pode conhecer por experiência própria esse mundo da Realidade Integral.

Mas o que todo aquele que pergunta se a Umbanda é aplicável à vida prática quer saber é o seguinte: sendo que todo o homem vive com uma infinidade de problemas, estão todos interessados em descobrir uma fórmula segura e de fácil aplicação que lhe garanta uma solução imediata. Uns são infelizes no amor, outros são frustrados profissionalmente, outros vivem o inferno no convívio familiar, outros vivem crivados de doenças, suas e de seus familiares que amarguram a sua vida. É natural, então, que todos esperem que a Umbanda possa aliviar os seus dissabores.

Pode então a Umbanda melhorar a vida humana aqui na Terra?

A Umbanda pode muito mais. Ela é um meio seguro e sólido para trazer tranquilidade e paz a vida do homem que com ela se identifique. Entretanto são relativamente poucos que conseguem desfrutar dos benefícios da verdadeira Umbanda, da arte da sabedoria, e porque?

Muitos esperam da Umbanda efeitos imediatos, como um comprimido para a dor de cabeça por exemplo, você toma e em mais ou menos 30 minutos dependendo do caso tem sua dor aliviada. Mas não é deste modo que a Umbanda atua na vida humana, por uma razão muito simples: ela, por ser amor a sabedoria, não está interessada em virar curandeira de males, quer ir além e cortar o próprio mal pela raiz. Como todo o mal da humanidade provém da ignorância e tem raízes muito profundas em cada ego inferior, não é possível neutralizar esse mal enraizado em apenas alguns dias com uma meia dúzia de lições. Toda a verdade atua com segurança no indivíduo, mas lentamente, porque precisa penetrar profundamente, todos os elementos que constituem o homem: alma, mente e corpo; tem de eliminar os velhos hábitos viciosos da personalidade, e substituí-los pela sabedoria cósmica do homem perfeito e integral (reforma íntima).

Como querer que todo o egoísmo humano, veneno da consciência físico-mental, fosse depurado em tão pouco tempo, quando a sua formação na personalidade humana remonta muitas vezes de décadas de vida, e sua origem no seio do genero humano data de muitos milhões de anos?

O que todos querem saber é se a Umbanda exerce impacto na vida prática, individual e social do homem; se traz a saúde, se promove os negócios, se facilita o crescimento profissional, se constrói uma família feliz, se facilita os estudos, etc.

Sim, sim, sim. Sem o menor receio de errar.
Um dos maiores Filósofos de todos os tempos disse: "procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas as outras coisas lhe serão dadas de acréscimos". Ele afirmou também para não procurarmos o reino de Deus nem nos céus, na terra, ou nas águas, pois ele se encontra dentro de cada um de nós. É o encontro cósmico com o nosso Eu Superior, o Self de cada um que governa plenamente a nossa vida, integrado a tudo e a todos, em perfeita harmonia com o Universo.

A Umbanda quer tratar daquilo que o homem é, das suas qualidades internas, latentes, ainda não desenvolvidas. É um dos erros comuns e funestos supor que o elemento espiritual da qualidade deva substituir os elementos materiais da quantidade, o acúmulo de bens, a ganância, o orgulho e o egoísmo, etc. Este nosso reino de Deus interno, deve ser procurado, em primeiro lugar. Não podemos em hipótese alguma, servir-se das coisas espirituais como meio para o fim de alcançar as coisas materiais, porque isto seria procurar estas primeiro, degradando aquelas que realmente interessam.

A atitude correta é que o homem deve buscar a sua auto-iluminação, o seu Reino de Deus, sem segundas intenções, sem restrições mentais, quer venham, quer não venham resultados materiais imediatos. Se ficamos deprimidos quando os resultados palpáveis não aparecem, é sinal que a sua atitude interna era falsa, que procurava secretamente subordinar o mundo interno ao mundo externo.

Apenas quando o homem é 100% desinteressado nos resultados materiais é que ele verificará que "todas as outras coisas lhe serão dadas de acréscimo", precisamente porque ele não procurou ou fez depender delas o prosseguimento da sua auto-iluminação.

Tudo que dispomos, na verdade, inclusive nossa vida, não é nosso verdadeiramente. São benefícios e empréstimos da divindade. Um dia os temos, em outro eles podem nos ser tirados. O que é nosso de verdade? Os tesouros do coração, nosso aperfeiçoamento e auto-iluminação, e isto, ninguém pode nos tirar, são conquistas do espírito.

Assim são todas as coisas do mundo para o homem, quando muito procuradas ou ambicionadas, fogem dele, mas quando tratadas com uma certa indiferença, com desapego, então essas coisas se lhe oferecem espontaneamente.

A Umbanda é um grande desafio, uma das escolas de disciplina rumo a sabedoria e a verdade; ela não é ocupação, um passa tempo. Exige de todos muito estudo, reflexão e disciplina.

Muitos são os chamados, poucos os escolhidos. Mas esses poucos escolhidos se darão muito bem, por toda a disciplina (Ogum) que, voluntariamente, tomaram sobre si, porque descobriram um tesouro oculto na alma que lhes abriu o cárcere da ignorância.

Quem não viveu a verdade não sabe o que ela é. A experiência na Umbanda é algo eminentemente individual, intransferível, como o próprio ser de cada um."


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Texto de Huberto Rohden escrito na década de 60 e adaptado por mim.
Eu troquei, essencialmente, a palavra FILOSOFIA por UMBANDA além de criar o título.

Roberto Carquejo 

Água nos olhos

"O que uma caneta pode escrever quando o coração grita tão alto, ensurdecedoramente por causa da gratidão que é infinita na alma?  Entã...