21/08/2011

Quando o Caboclo bater no peito, lembra que o índio brasileiro come no lixo.

Prezados amigos e irmãos de fé,

A revista Veja, edição 2219 (1/06/2011), traz uma reportagem chamada "Uma Reserva de Miséria". Trata-se de um triste relato a respeito de nossos índios de Roraima que junto com brancos e mestiços sofrem e são praticamente expulsos da reserva Raposa Serra do Sol.  O governo federal alega que diversas famílias (brancos e mestiços) ocuparam ilegalmente a terra indígena, mesmo para aqueles que possuíam títulos emitidos havia mais de 100 anos pelo próprio governo.  Foi prometido indenização justa, mas, na hora do "vamos ver" a justiça não foi feita. Sem poder cultivar a terra, os antigos proprietários deixaram de empregar os índios que agora não tem o que comer. Os donos desta terra, graças a presença do branco, não têm mais o que caçar e pescar. Inocentes, depois de séculos sem escolha, são dependentes e esquecidos.  

Para resumir a história e ir direto ao assunto que me leva a escrever-lhes, saibam que estão se formando novas favelas na periferia de Boa Vista, capital do Estado.  Famílias inteiras de índios, oriundas das aldeias,  começaram a erguer barracos em um aterro sanitário da cidade, buscando latinhas de alumínio e comida no lixo, a única forma de subsistência.

Estou certo de que o triste caso de Roraima é pequeno perto da realidade indígena no território nacional.

Como posso ficar calado e insensível se o índio é meu irmão?  Brancos e mestiços também, sem distinção.  Mas o ÍNDIO, sua força mística, divina e cultural é parte fundamental da minha religião, a Umbanda - por isso, torna-se o caso ainda mais alarmante, tocando-me profundamente.  

Irmãos de fé,  a nossa religião nasceu no início do século passado com a missão, entre outras, de oferecer aos índios desencarnados a oportunidade de se manifestarem e assim nos ensinar, curar e evoluir em conjunto.   Então, quando ele, o Caboclo, com sabedoria e humildade bater no peito na próxima vez, vá além do seu pensamento e vibração que deseja o respeito, manifeste-se verbalmente para todos os amigos, conhecidos e irmãos que lhe rodeiam, em voz alta diga que o nosso índio,  o índio brasileiro,  sofre e padece igual a natureza, largado como os rios e as matas, igualmente caminham para o sufocamento e a morte.  

Daqui pra frente,  faça e pense o que quiser.  E se os filhos de Umbanda resolverem levantar a voz agora mesmo,  eu estarei no meio para somar, levando a força Oxalá porque temos fé em Olorum, Deus nosso criador;   Oxóssi porque somos inteligentes e capazes de atingir o que queremos divinamente;   Ogum porque somos protetores, lei e guerreiros;  Oxum pelo amor puro ao próximo;   Obaluaiê permitirá a saúde, o renascimento e a evolução em paz;  Xangô fará de nossos pensamentos, atos e palavras a verdadeira justiça;  e a força que chamamos de Iemanjá, a força da Mãe, nos acolherá e permitirá o nascer de uma nova esperança e vida.

Obrigado e perdoe-me por tomar o seu precioso tempo.

Roberto Carquejo   

A árvore toma a tua alma e o teu coração para brindar a criação.



Quando foi a última vez que você abraçou uma árvore e conversou com ela?   
Pode fazer isto pela primeira vez na sua vida?    É PRECISO CORAGEM!
Num lugar agradável, escolha uma árvore que te chame a atenção e aproxime-se dela lentamente.  Acredite, ela o esperava por muito tempo.
  1. Vença as barreiras do ego (a parte mais difícil);
  2. Encoste o teu chacra frontal (testa - Oxóssi) nela e também as mãos bem abertas. Se possível, com um pouco mais de coragem, abrace-a e encoste o chacra cardíaco (peito - Oxum) também;
  3. Esta envergonhado?  Sentindo-se um idiota?  Volte para o passo 1;
  4. Legal!  você está se conectando;
  5. Sinta teu coração bater junto com a vibração da árvore (agora tua irmã) e não pense em nada (pensar em nada é difícil?  volte para o passo 1);
  6. O vazio toma conta de você e não assuste-se com a vacuidade, é a " estranha" essência Divina que te completa;
  7. Ambos se transformam em apenas UM.
É incrível transformar aquele divino ser vegetal numa extensão do teu corpo. A árvore, por sua vez, toma a tua alma e o teu coração para brindar a criação.

Observe o quanto a árvore é apenas uma com ela mesma e nós, humanos, divididos em dois (ego e Verdade). As coisas naturais estão unificadas consigo mesmas e com a TOTALIDADE. 

Através de você  a natureza toma consciência de si mesma, como se estivesse te esperando por dezenas, centenas ou milhares de anos. Disto, por séculos, as escolas com os seus mestres e as igrejas com o seus cleros se ausentam.

O que nos foi ensinado é insuficiente, estamos repletos de nós mesmos, numa incrível incapacidade de auscultar o silêncio e de se aproximar da Verdade. As experiências místicas são indesejáveis e insuportáveis para a sociedade atual,  um pecado.

Desejo paz.


Roberto Carquejo

09/08/2011

Todo o segredo da pedagogia e psicologia.....

Só uma nova atitude pode neutralizar a antiga. O que sucede com o mal acontece da mesma forma com o bem, graças a Deus. Quanto maior for o número dos atos bons e quanto mais profundamente vividos forem esses atos, tanto mais poderoso se tornará o invisível exército concentrado na zona inconsciente da alma, lançando, no momento crítico, o seu contingente para o campo de batalha do consciente.

Todo o segredo da pedagogia e da psicologia, toda a estratégia espiritual esta em saturar, por meio de atos eticamente bons e profundamente vividos, o terreno donde brotam os impulsos insconscientes que em grande parte determinam o caráter dos nossos atos conscientes e revestidos de imputabilidade.

Trecho do livro "Agostinho" de Huberto Rohden

03/08/2011

Francisco de Assis vestido para matar em sua armadura...

Prezados amigos,
 
Prefiro chamar de Homens Especiais aqueles que a igreja católica romana trata como Santos.  Me chamam a atenção as histórias de vida de alguns deles, como Agostinho (Aurelius Augustinus) e Francisco de Assis. Em ambos, percebo a luta pela Cristificação da alma, cientes do problema ainda atual: Cristianismo ou Cristo?  -  Lembrou-me Mahatma Gandhi da mesma forma quando afirmou aceitar o Cristo mas não o cristianismo.
 
Lhes escrevo para indicar dois livros interessante:  "O Santo e o Sultão" e  "Agostinho" 
 
"O Santo e o Sultão" (editora Acatu) é obra do jornalista Paul Moses e relata, com este cunho, a história antiga que ainda ressoa numa era em que Cristãos e Mulçumanos olham uns aos outros com suspeita.  Trata-se do encontro entre Francisco de Assis e o líder islâmico Matikal Kamil numa ousada missão dele nas Cruzadas em 1219.  O encontro memorável é um precursor dos diálogos de paz entre os povos.
 
Conhecemos Francisco de Assis por sua entrega à pobreza, pelo desprendimento e amor a vida.  Mas o livro também mostra-nos, no inicio, o Francisco vestido para matar em sua armadura e montado num cavalo, algo difícil de visualizar. "Francisco conhecia bem a crueldade dos homens em guerra, sabia muito bem das torturas e mutilações infligidas." "Com experiências assustadoras, sentiu o terror das batalhas e passou de guerreiro a pacificador."
 
O livro "Agostinho" é da editora Martin Claret, obra do filosofo brasileiro Humberto Rohden e nos mostra de forma simples o homem Agostinho, na sua juventude um aventureiro entregue a volúpia, paixões sensuais, noites sem fim, profano.  Mais tarde, transformou-se em homem consciente, achou-se perto de Deus. Agostinho (350 DC) escreveu cartas tão numerosas com poucos homens, verdadeiros tratados de filosofia e religião.  Muitos o chamam de O Santo da Inteligência.
 
Desejo boa leitura.
 
Roberto Carquejo

01/08/2011

Deus é Quem tem sorte

Querido Apa,
Oxalá cada família tivesse seu Rolandro Boldrin para contar causos, aquelas histórias elegres e emocionantes prá ficar horas ouvindo. Com a nossa família assim foi, suas histórias e experiências, contadas por tantas e tantas vezes, nem pareciam repetidas de tão divertidas e emocionantes, regradas de sabedoria.
Certo dia me perguntaram quem foi  Apparício Ferreira e de pronto respondi: Um homem diferenciado, especial. Carinhosamente chamado de Apa, era desses homens com o dom da palavra, educado prá lá da conta,  daqueles que a gente se apaixona no primeiro momento.  
Digo sempre, meu tio Apa tinha de um olhar meigo e palavras harmoniosas – simples o suficiente para querer ficar mais um pouco.  Apresentá-lo a alguém era um gesto de prazer e orgulho: “aqui esta um homem dócil e iluminado, um amigo de todos”. Foi um filho carinhoso, um pai e esposo da mesma forma.  Para tio Apa, nunca algo lhe pertenceu que não pudesse compartilhar ou doar.  Olhos azulados, iguais ao do Vô Nico, transmitiam segurança, confiança e alegria.   
Apa, às vezes sou parte de sua história vivida, vejo-me sentado naquela estação de trem esperando o apito de partida que demora a acontecer.  Percebo que de um dos vagões sai um ilustre cidadão, vestindo paletó e gravada, barba bem feita, dirige-se à lanchonete da estação para comprar o último salgadinho da estufa. Agora sim, o trem pode partir.
Todos nós, amigos e familiares, sentimos e choramos na sua  despedida. O que me conforta é a consciência de que somos eternos e que cada passagem por aqui é a oportunidade Divina de subir um ou mais degraus sentido à Essência, a Verdade. Enquanto escrevo esta carta, peço humildemente ao divino Mestre, Cristo Jesus, que cada letra lhe chegue como pétala de luz, renovadora de nossos laços, espíritos afins.
Me despeço com saudades mas certo de que Deus, nosso Criador, ouve bem de pertinho suas histórias, como se Ele estivesse ouvindo pela primeira vez.
De seu sobrinho e amigo,
Beto.

Água nos olhos

"O que uma caneta pode escrever quando o coração grita tão alto, ensurdecedoramente por causa da gratidão que é infinita na alma?  Entã...