É medíocre a visão de que tudo acaba aqui, após a morte. Mesmo com tantas evidências ainda ficamos perdidos sem acreditar na vida eterna, nos apegando aos poucos anos vividos nesta terra, como se fossem únicos, limitados no tempo e no espaço. Limitados, também, no uso da intuição, seguindo a posteriori, induzindo, se aproveitando apenas do verso (efeitos) e não do Uno (causa). O iniciado com o desejo do ser místico deve buscar caminhos que o leve a essência e a Verdade, encontrando-se assim com o Criador. Como?
1 - PROCURE O SILÊNCIO.
Jesus, o Cristo, passou 40 dias no deserto. Entender profundamente esta passagem bíblica é para quem busca o ser místico algo de fundamental importância. Encontrar-se com o diabo (ego), como fez Jesus, é encontrar-se com as coisas deste mundo, com a ilusão e a mentira. Sofrer-se numa batalha interna grandiosa para renunciar a condição mundana, sedutora e aparentemente a mais fácil, optando por Cristificar-se, a Verdade (O Eu).
CRISTO HAVIA EM JESUS.
Raros são os momentos em que dedicamos a esvaziar-nos, então, vivemos no ruído. Esvaziar-se é seguir o conselho daquele mestre em artes marciais que quando questionado pelo seu novo aluno sobre como aprender e executar os movimentos avançados de ataque e defesa, ele responde: “esvazie a sua xícara de chá”. A resposta nos serve para o alcance das coisas do espírito, pois esvaziar-nos é distanciar-nos do ego, da ilusão e, proporcionalmente, aproximar-nos do verdadeiro EU. É a meditação a principal ferramenta do médium, simples, ao alcance de todos e que oferece a possibilidade de alcançar a vacuidade, propicia a invasão divina da essência e a consciência acontece. No evangelho de Tomé, apócrifo, Cristo Jesus refere-se ao autoconhecimento que culmina em auto-realização: “quem conhece o Universo, mas não se possui a si mesmo, esse não possui nada”.Quantas vezes, nos últimos meses, você procurou o silêncio? Faça a mesma pergunta a seus amigos e colegas. Sinta a grande massa de pessoas, incluindo nós, mergulhada no ruído e, conseqüentemente, impedida de se encontrar, sem consciência, desligada do imaterial, impossibilitada de morrer voluntariamente, apenas compulsoriamente.
2 – MORRA VOLUNTARIAMENTE E VIVA DO VIVENTI.
A morte compulsória, morte da carne, é certa para qualquer um de nós. Mas, escolher morrer voluntariamente é vencer o mundo e descobrir o seu íntimo ser. Vencer o mundo é vencer o maligno, vencer o ego, optando por caminhar lucificado nesta Terra e desde já viver eternamente, não existindo mais o nascer e nem o morrer. O que sentimos ao ouvir isto? Provavelmente um temor pelo desconhecido ou o sentimento de que é inalcançável. Para o iniciado, a morte voluntária chega pela fé e na medida em que se atinge a sublime consciência, renuncia ao visível para contemplar o invisível. Disse Cristo Jesus: “o céu e a terra se desenrolarão diante de vós, e quem vive do Vivente não verá a morte. Quem se acha a si mesmo, dele não é digno o mundo”.
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