02/12/2012

Pelo amor ou pela dor


O grave acidente que descrevo abaixo me transforma e, ao mesmo tempo, marca o início da minha trajetória com experiências mediúnicas que, com a permissão Divina, quero registrá-las neste blog, ao poucos e com o objetivo de ascender-nos a espiritualidade e a Verdade.

Ainda moleque, pude ver, com os olhos da incompreensão,  meu pai estendendo suas mãos ao trabalho de cura, achando tudo aquilo "coisa de outro mundo". Com a consciência distante, eu tinha boa dose de rebeldia e não me interessava o mundo místico e invisível até o dia em que resolvi sair para trabalhar dirigindo uma motocicleta, sem habilitação é claro. Calça jeans, tênis e boa dose da irresponsabilidade dos meus 20 anos, pude perceber que meu pai, com alguma coisa nas mãos, no portão da garagem gritou:  "Beto, me disseram que hoje, especialmente hoje, você não pode esquecer o seu capacete". Ele repetiu o recado, mas, claro, não dei ouvido e fui embora, virando as costas ao meu melhor amigo.

Era 19 de março de 1986 e perto das 18 horas o sol ainda brilhava quando um fusca cruzou a minha frente e fui parar com a cabeça no asfalto, uma cabeça dura sem dúvida. Eu não estava nada bem e ainda esticado no chão me esforcei para abrir o olho, pois não conseguia sentir o lado esquerdo do meu rosto desfigurado. Com um pouco de esforço pude ver a luz do dia quando de repente uma senhora apareceu do nada me dizendo: "Filho, saiba que você nasceu de novo" - fechei aquele olho e num segundo o abri novamente sem encontrar ninguém ao meu lado, nem próximo.

Prefiro não alongar esta história triste, ou melhor, feliz já que foi muito importante e transformadora para a minha vida. Graças a um coágulo no cérebro, fiquei semanas no hospital além de meses em casa para poder me recuperar. Aquele homem que conversava com os espíritos e ficou com o capacete nas mãos, passou noites em claro comigo, incontáveis, compartilhando as terríveis dores de cabeça - elas eram tão fortes que eu pedia para ele e para minha mãe, outro anjo, me matarem. No entanto, eles sorriam e pediam paciência. 

Os momentos de muito dor me fizeram encontrar meus pais como presentes divinos, dei valor a vida e as pessoas, compreendendo que todos são meus irmãos, percebendo o quanto somos medíocres perante a Sabedoria Divina.

Então, na hora de Nossa Senhora daquele dia, uma misteriosa visão anunciou o meu renascimento, um novo caminho no sentido da auto conscientização. Hoje, eu sei que existem forças divinas, tronos sagrados que nos regem e nos transformam, nos encantam ou desencantam, promovem a cura ou a dor em justiça capaz de nos acalmar como o rio de águas revoltas que culmina num lindo lago e faz-se pacífico.


Obrigado e desejo paz.
RC


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